Dor 1
Dayanna Daize
Lágrimas me vêm aos olhos. Esforço-me para que não rolem na face, e todos vejam a minha tristeza. Não quero que saibam da minha decepção. Antes, todos me viam feliz, rindo por todos os cantos. A alegria transbordava nos meus gestos, pelo meu olhar, nos meus muitos sorrisos.
Hoje, fujo de todos. Não quero que me vejam, pois o sorriso fugiu dos meus lábios, a tristeza inundou meu coração.
A fonte da minha alegria se foi. Você, que até há pouco encantava a minha vida, agora, é a razão do meu desencanto.
Por que você se foi e deixou este grande vazio no meu peito?
Por que razão a voz que me falava lindas frases de amor, de repente foi capaz de me anunciar uma fria despedida?
Uma frieza tão intensa que congelou meu coração, endureceu o meu rosto e emudeceu a minha voz. Sem forças para responder qualquer coisa, ouvi perplexa a dura sentença e contemplei atônita a sua ida. Sou um vulto agora, a perambular pelos cantos, tentando compreender a crueldade do seu gesto.